Muitas vezes o insucesso do ensino de Matemática é atribuído a aplicação de algumas ações educativas inadequadas que reduzem a motivação dos alunos por não corresponderem às suas necessidades imediatas e em pouco contribuem para a aprendizagem.
Entretanto, é reconhecido que o educador tem um papel decisivo no processo de ensino-aprendizagem ao propor aos alunos uma diversidade de ações educativas de modo a atingir os diversos objetivos curriculares.
Neste sentido, as ações educativas na matemática devem ser planejadas tendo claros os objetivos a serem alcançados de forma a permitir ao educador estabelecer melhores estratégias e procedimentos capazes de assegurar uma aprendizagem significativa.
Mas, para que isso aconteça, é necessário que o educador tenha consciência de repensar o seu fazer pedagógico e procurar ações educativas que conduzam a aplicação de estratégias metodológicas diferenciadas que promovam o processo de ensino-aprendizagem de maneira satisfatória.
Vejamos algumas ações educativas que tornam mais significativa à aprendizagem do aluno no ensino de matemática:
A Resolução de Problemas – é uma estratégia possibilita o desenvolvimento do raciocínio dos alunos e oferece o contexto em que se pode aprender os conceitos matemáticos e desenvolver a capacidade de comunicação e convívio do grupo.
A Resolução de problemas matemáticos proporciona ao aluno o gosto pela descoberta da resolução da situação-problema, estimulando, também, a curiosidade e o interesse pela Matemática, de forma que ao tentar solucioná-la adquire criatividade e aprimora o raciocínio, além de utilizar e ampliar o seu conhecimento matemático.
A Resolução de Problemas matemáticos é uma barreira que a maioria dos alunos enfrenta no aprendizado da matemática, pois esses têm dificuldade em identificar a operação que deve ser utilizada para a sua resolução. Ao resolvermos um problema matemático, antes de fazermos as “contas”, devemos interpretar, entender o que ele quer que calculemos, assim podemos dizer que a dificuldade em resolver problemas matemáticos não é uma dificuldade da disciplina de matemática e sim uma dificuldade interdisciplinar, pois o aluno que não interpreta um problema dificilmente fará uma interpretação de texto bem feita nas aulas de português, por exemplo. São vários os fatores que levam um aluno a ter dificuldade em interpretar textos ou problemas, o principal deles é falta do hábito da leitura. Ao ter como prioridade a construção do conhecimento pelo fazer e pensar; o papel da reformulação e resolução de problemas é fundamental auxiliar o aluno.

A Modelagem Matemática – possibilita o aluno pensar, criar e estabelecer relações, fazendo-o reconhecer-se com sujeito da pesquisa, facilitando a aprendizagem e tornando o conteúdo matemático mais significativo.
A modelagem Matemática é a arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los, interpretando suas soluções na linguagem do mundo real, sendo, portanto, a abordagem de um problema não matemático por meio da matemática onde as características pertinentes de um objeto são extraídas com a ajuda de hipóteses e aproximações simplificadoras e representações em termos matemáticos são determinadas.
A modelagem é considerada como uma alternativa pedagógica para o ensino de matemática em que o aluno tem oportunidade de experimentar, modelar, testar sua capacidade de organização, analisar situações e tomar decisões. Entretanto, a modelagem matemática como estratégia de ensino e aprendizagem oferece contribuições que vão além da possibilidade de interação da matemática com a realidade.
Através da Modelagem, o aluno estará usando a Matemática como linguagem, como instrumento de expressão e de raciocínio a qual, por sua dimensão histórica, é via de compreensão de idéias que se desenvolvem em estreita ligação com a totalidade física, social e cultural do mundo.
Os Jogos Didáticos – proporcionam o desenvolvimento de algumas habilidades levando o aluno a compreender regras, elaborar estratégias de ação, identificar regularidades e raciocinar por analogias.
O uso do jogo no ensino tem vantagens para professores e alunos. Para o professor, há a possibilidade de analisar o desempenho dos alunos, tanto em termos de raciocínio lógico como em relação aos erros cometidos. Dessa forma, ele pode diagnosticar aqueles estudantes que têm dificuldades em um item específico do conteúdo, buscando então, novas estratégias de ensino para auxiliá-los. Também é possível avaliar a capacidade de trabalho em equipe, de interação entre os participantes ou a facilidade de Expressão.
Para os alunos, há uma maior motivação para o estudo, bem como a possibilidade de obter auxílio individual do professor ou dos colegas. Para aqueles estudantes que, de outra forma, não se manifestam em aula, é uma ocasião de falar, de dar palpites sem ser criticado pelos colegas ou pelo professor.
Ao empregar jogos em sala de aula, o professor deve apenas cuidar para que a atividade não se esgote em si mesma, ou seja, que seja sempre empregada com o objetivo de promover a aprendizagem, de conteúdos ou de habilidades. De outra forma, pode-se estimular atitudes negativas, provenientes da tensão que se instala, como as tentativas de trapacear.
Qualquer que seja o jogo, o conteúdo abordado ou o nível de ensino, é importante lembrar que esses recursos desenvolvem, também, competências e habilidades enfatizadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamenta e Médio, tais como: formular hipóteses, prever resultados, selecionar estratégias para solução de problemas, interagir com os colegas. Assim, é um recurso fascinante e deve ser explorado em aulas de Matemática.
A história da matemática – é uma estratégia que promoverá o reconhecimento da matemática como uma criação humana que surgiu a partir da busca de soluções para resolver problemas do cotidiano, ou seja, despertará a importância da matemática ao longo dos tempos.
As situações históricas da produção do conhecimento matemático possibilitam mostrar o lado humano, real e cultural da matemática. Descobrir o quanto são gente e humanos aqueles que contribuíram para edificar essa ciência é importante para que o aluno veja pontos de identificação com aqueles que foram um dia alunos e cidadãos esse eternizam ao aceitar os desafios impostos pela vida, fazendo da matemática um instrumento de trabalho.
Pelo estudo da matemática do passado, podemos perceber como a matemática de hoje insere-se na produção cultural humana e alcançar uma compreensão mais significativa de seu papel, de seus conceitos e de suas teorias, uma vez que a matemática do passado e a atual engendram-se e fundamentam-se mutuamente.
O trabalho com história da Matemática é uma atividade de pesquisa e investigação dos alunos, procurando em material da imprensa, livros didáticos e paradidáticos, enciclopédias, almanaques, vídeos na internet. O trabalho de reconstrução das condições nas quais se deram a construção do conhecimento via dramatização e teatro, ou ainda, a construção de painel são sempre interessantes e proveitosos. A construção da linha do tempo da matemática, com o relacionamento do seu desenvolvimento com a tecnologia, é igualmente interessante.
O uso de Material concreto – visa uma melhor apreensão do conteúdo por parte dos alunos, pois com ele o aluno interage, analisando-o, explorando e interpretando-o para relacionar a matemática com a realidade.
O trabalho com material concreto no ensino da matemática, permite que o aluno se torne agente ativo na construção de seu próprio conhecimento, pois, a manipulação, permite a visualização das ações e portanto a compreensão dos conceitos matemáticos. Além disso, o material concreto torna as aulas mais interativas, incentiva a busca, o interesse, a curiosidade e o espírito de investigação, a criação de hipóteses, a descoberta de soluções, enfim, viabiliza a aprendizagem através da construção e/ou reconstrução e ampliação de significados matemáticos. Outra vantagem do material concreto, é que ele permite além de visualizar a operação, voltar a estágios anteriores de raciocínio, o que se revela de difícil consecução apenas pelo cálculo abstrato.